No silêncio da noite agonizando.
Sua dor é um monstro devorando
Os instantes que a vida tem lhe dado.
O destino, cruel e desumano,
Separou-o de seu planeta natal,
E agora, lutando contra o mal,
Ele vive entre nós, seres humanos.
Ele foi para sempre encarcerado,
Nas entranhas horríveis da amargura.
Seu caminho: a própria desventura;
Seu nome: Surfista Prateado!
Maio 1984
Do cosmo infinito
De um tempo perdido
Por entre as estrelas
É que fui gerado
Nascido, levado
(Tão injustamente).
Meu ente que erra
Por terras estranhas
Cativo, humilhado
Incompreendido
Ferindo e ferido
Pela humanidade.
Meu corpo que vaga
De olhos distantes
Olhando as estrelas
No peito Pulsando
A dor da saudade!
Julho 1982
Está aí mais um exemplo de como os quadrinhos incentivam a leitura e trazem um estímulo à escrita e compreensão de textos!
Já eu escolhi este abaixo, que me lembra também do Surfista Prateado:
Ao Luar
Quando, à noite, o Infinito se levanta
À luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tátil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!
Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!
Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado...
Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!
À luz do luar, pelos caminhos quedos
Minha tátil intensidade é tanta
Que eu sinto a alma do Cosmos nos meus dedos!
Quebro a custódia dos sentidos tredos
E a minha mão, dona, por fim, de quanta
Grandeza o Orbe estrangula em seus segredos,
Todas as coisas íntimas suplanta!
Penetro, agarro, ausculto, apreendo, invado
Nos paroxismos da hiperestesia,
O Infinitésimo e o Indeterminado...
Transponho ousadamente o átomo rude
E, transmudado em rutilância fria,
Encho o Espaço com a minha plenitude!
Augusto dos Anjos