Na página do meu projeto Gibiblioteca, nas páginas de fãs e
colecionadores de quadrinhos, nos games e filmes que gostamos desde
criança exaltamos sempre os super-heróis e super-heroínas. Este ano
mesmo chegou ao cinema um símbolo feminino, a Mulher-Maravilha, que
desde os anos 1940 representa a força das mulheres. Bom, mas no mundo da
fantasia, geralmente os heróis e heroínas têm habilidades ou super
poderes fora do comum, usam roupas diferentes, com capas e armas.
Nos últimos dias, no entanto, surge uma história de uma professora em
Minas Gerais que entra três vezes na sala de uma creche em chamas, no
intento de salvar o máximo possível de crianças. Com 90% de seu corpo
queimado, ela acaba não resistindo e veio a falecer. Sem poderes de
regeneração, sem roupa especial, sem treinamento, sem capa, sem armas,
mas com uma coragem rara, deixando como consequência de seus atos seus
três filhos sem ter a mãe para tentar ao máximo que outras mães tenham
seus filhos. Deixando três filhos sem a mãe, mas com o maior exemplo de
heroísmo que alguém poderia ter de um familiar, de um amigo, de um ídolo
do cinema, da literatura fantástica, dos quadrinhos. Naquele dia
trágico em que um vilão incendeia a inocência, num ato indescritível de
maldade, na hora de desespero dos indefesos, heróis entram em ação, e a
professora Helley Batista se transformou numa Mulher Maravilha. Assim
como Lucas Vezzaro de 14 anos, que também morreu ajudando a salvar os
amigos na tragédia com o ônibus escolar em Erechim-RS em 2004. Em
reportagem da época, foi dito que mergulhava, nadava e tirava os
colegas, até que em certo ponto não conseguiu voltar. Nunca esqueci
isso! Lucas naquele dia se transformou enquanto teve forças num pequeno
Aquaman.
Lucas e Helley ganharam homenagens, e seus nomes agora
batizam escolas. Herói e heroína da vida real, que deram o sacrifício
maior. Que deram sua vida por outros. Heróis e heroínas que não precisam
entrar em guerra, nem matar, nem socar o inimigo. Que simplesmente
salvam. Que protegem. Que retiram a criança do lugar perigoso. Que
aliviam a dor e o sofrimento com seu conhecimento, com remédio, com
alimento, com uma palavra amiga, com orientação, ao segurar sua mão, ao
se preocupar. Ou simplesmente agir na hora em que é necessário!
Enfermeiros, médicos e paramédicos, bombeiros, policias, professores que
cuidam de nossos filhos, voluntários em lugares de guerra e miséria.
Teremos todos essa fagulha do heroísmo? Será que nosso instinto de sobrevivência permite que sejamos todos heróis e heroínas? Talvez não! Talvez nem sempre! Por isso mesmo exalto hoje esta mulher e relembro do valente menino! Não a conhecia, mas disseram Helley amava sua profissão e Lucas gostava de ajudar os amigos. Seus atos provaram! E não os esqueceremos! São heróis!
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