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2 de ago. de 2019

Leituras de Agosto

Avante, Vingadores 59 (2013) - Com o final do arco "Flecha Quebrada", onde o agente soviético Leo Novokov reprograma a mente de Natasha Romanov, e todo o arco "Caçada à Viúva-Negra", onde o Soldado Invernal tenta salvar sua amada, com a ajuda de Wolverine, Capitão América e Gavião Arqueiro. Muita ação e um tormento que não acaba pra Bucky Barnes, que chega a voltar a ser o antigo agente assassino e ataca até o Demolidor. Boa edição, presente do amigo Leandro Vargas.



Justiceiro 2 (2013) - ganhei esta edição do amigo Leandro Vargas, eu já tive ela na época de seu lançamento, em minha última tentativa de colecionar revistas do Justiceiro, pois não gostei muito das histórias. Nesta edição, continua o ataque à organização chamada Câmbio, e o encontro com a policial Rachel Cole, que teve sua família assassinada. Frank e ela fazem uma parceria, e acabam se envolvendo com o Demolidor e Homem-Aranha por causa do Ômega Drive, um dispositivo que pertencia a um uniforme do Quarteto Fantástico, feito de moléculas instáveis e transformado para transportar dador e segredos de diversas organizações criminosas como a Hidra, a IMA, O Império Secreto e outras - uma saga que começou na edição 1 da revista do Demolidor na época.








Salvat Vermelha: Thunderbolts - outra edição dispensável, principalmente pelos erros editoriais. Primeiro, vou dizer, embora tenham surgido num momento fraquíssimo da Marvel, depois do Massacre, até tinha um ar misterioso neles, mas as histórias são ruins, um carisma forçado, tanto na ficção, com a população que estava sem heróis, quanto pro leitor. Outro agravante são os desenhos de Mark Bagley, que não engulo, embora ele tenha tido bons momentos em outros personagens e séries. Mas na página de abertura fala-se nos Mestres do Terror (há anos batizados assim na tradução brasileira), depois, nas seis histórias da série mensal, colocaram Mestres do Mal (fiel ao original, mas banal), e o mesmo com a personagem Rocha Lunar, em alguns momentos chamada Pedra Lunar no meio da edição. Na última história, uma edição anual dos personagens, voltam a ser os Mestres do Terror. E tem também um balão repetido e trocado de lugar nas primeiras histórias. Assim fica um desprazer ler a edição, né Salvat/Panini?




Cascão nº 1 (Panini, 2007) - A revista abre com "A Grama do Vizinho", onde Cascão, depois de ter seu belo dia estragado por outros personagens e pelo roteirista, pede ao desenhista para ser outra pessoa e assim se torna o Cebolinha, a Mônica, o Chico Bento, o Anjinho e o Xaveco, e aprende que nem tudo é perfeito para os outros. Depois a edição segue com Bidu e Bugu, uma história muda com o pai do Cascão tentando pegar um livro no alto da estante, Dona Morte com visual novo para que ninguém a tema, membros da turminha (6, 7 anos!?) namorando, e Chovinista se achando o Rúfius, o cachorro mais brabo da rua.






Surfista Prateado: Mundos Diferentes - O Surfista Prateado e Dawn Greenwood descobrindo como conviver no espaço. Ela com suas necessidades mundanas e ele com o poder cósmico. Encontram mundos novos e lidam com as consequências do passado do ex-arauto de Galactus, tendo que enfrentar o devorador de mundos e lidar com sacrifícios que trarão sentimentos novos à tona. Genial fase de Dan Slott e Mike Allred, com as edições 6 a 10 da revista Silver Surfer. Mas podiam ter escolhido uma capa melhor para este encadernado.






















Grande Sertão: Veredas - Adaptação da obra de João Guimarães Rosa, com roteiro de Eloar Guazzelli Filho e desenhos de Rodrigo. Uma graphic novel magnífica. Quando se lê algo assim, fica-se imaginando a grandiosidade da obra original, que confesso, não li (e que é cultuada internacionalmente). Ao começar a conhecer a nomenclatura dos personagens, flashes de uma memória antiga me vieram à mente e fui pra Internet confirmar, Diadorim era mesmo interpretado por Bruna Lombardi na minissérie que passou na Globo quando eu tinha 5 anos de idade. E Riobaldo era o Tony Ramos. Fora isso, a complexidade do cenário e da relação de personagens é cativante, e mostra uma realidade grosseira, de morte, de princípios sobre vida e morte, e ousadamente, mostra um amor impossível, na dúvida de Riobaldo sobre o que sente, sobre sua sexualidade posta em xeque, e da cruel situação de Diadorim. Mesmo em 1956, lá estava a mulher guerreira que hoje se destaca na realidade e em filmes e quadrinhos. Vale a pena conhecer esta obra, com ótimos desenhos e que usa da linguagem mais próxima possível do texto original, um pouco difícil de ler no início, e também um desafio para compreender por sua coloquialidade regional e também deslocada no tempo, cheia de hipérbatos e anástrofes (inversão de termos de uma oração). Isso é bom, porque estimula nosso cérebro de leitor a construir os significados. Recomendo demais!





























As Melhores Histórias do Pelezinho 8 (2013) - Foi a partir desta edição que o traço de Pelezinho foi retocado nas histórias clássicas, tirando a elipse mais clara de seus lábios e dando ao personagem um nariz. A edição traz histórias divertidas dos anos 80, com ótimos desenhos, no melhor estilo Turma da Mônica. Cientistas loucos, confusões, castigos, encontros com bandidos e valentões, namoros, e, claro, partidas de futebol. Facilmente as histórias poderiam ser estreladas por Mônica, Cebolinha e Cia., mas aqui, claro, temos o núcleo do Pelezinho: o bagunceiro Cana Brava, a namoradeira Bonga, o goleiro Frangão, Neusinha e seu pai ciumento, que são japoneses, e Samira, com seus quibes que ninguém quer comer.







Salvat Vermelha - Bill Raio Beta: A edição começa com a primeira história, um clássico de Walt Simonson de 1983,  onde surge o korbinita com cara de cavalo que enfrenta Thor apenas porque estava se aproximando da Terra. Depois de 60 segundos sem Mjolnir, Thor volta a ser Donald Blake e perde a luta, e eis que Bill Raio Beta bate o cajado e se mostra digno do poder de Thor. Após Odin propor um desafio para decidir quem fica com o martelo, Bill leva vantagem ao despertar primeiro depois de um golpe que desmaiou os dois combatentes, e ele então, exige seu prêmio, para defender seu povo. Pensa que não publicaram nesta edição a decisão de Odin de mandar forjar um novo martelo, o Rompe-Tormentas. A história principal da edição, de 2005, começa muito bem, numa saga cósmica dos korbinitas vivendo em um novo lar até que surge Galactus, e Bill Raio Beta, banido da batalha do Ragnarok em Asgard, surge para ajudar e é traído pelos sacerdotes. Ele enfrenta seu predecessor, Raio Alfa e o arauto de Galactus, Estelar, que se mostra cruel e sem compaixão com os mais fracos, isso até surgir do nada uma entidade chamada Asteroth. Aí Estelar muda de ideia quanto ao fraco ter que se render ao forte. Daí em diante parece que o roteiro está sendo improvisado: os personagens secundários de uma subtrama dos povo korbinita desaparecem, Raio Alfa é repaginado por Galactus pra uma missão que dura dois segundos, uma entidade misteriosa salva Bill e sua nave Ferocímea, os cortes são confusos, Bill de repente aparece com uma armadura nova, vai até Asgard em ruínas e acaba tendo sua alma transferida para um humano recém falecido por outra entidade misteriosa. Andrea Di Vito e Laura Villari foram competentes nos desenhos e cores, mas Dan Berman e Avon Oeming pareciam apressados e desnorteados no roteiro.









Macunaíma em Quadrinhos - Por Angelo Abu e Dan X, com uma arte toda estilosa com traços fortes e cartunescos e belas cores, transpondo para o " a língua gibi" (como eles mesmos dizem) a obra de Mário de Andrade, lançada em 1926. A saga do herói sem nenhum caráter é uma miscelânea de mitos, lendas, frases feitas e superstições da cultura brasileira, formada por vários povos, etnias e costumes. A obra faz crítica, humor, e brinca com o conceito de "formação do povo brasileiro", tentado em períodos românticos através de obras como Iracema, de José de Alencar, durante o Romantismo. Acontecem absurdos (negro virar branco), fatos fantasiosos (criaturas que se transformam), religiosidade (orixás, rituais, espíritos e deuses) e no meio de tudo isso, muita sacanagem, pois o erotismo, a sem-vergonhice (o herói da narrativa "brinca" com toda mulher que encontra), a preguiça e os subterfúgios (finge ser o irmão no telefone para aprontar alguma) também são inerentes ao brasileiro. E ainda a menção à existência de duas línguas: o brasileiro falado e o português escrito. E é claro, nota-se o uso constante da linguagem indígena, com influência no dia a dia até hoje, principalmente na região de São Paulo (canindé, pacaembu, e ainda igarapé, aipim). Só lendo pra conhecer e entender bem. 


 






Salvat Vermelha - Garota-Esquilo: Com a primeira aparição da personagem, uma das atuais queridinhas da Marvel, criada por Will Murray e desenhada por Steve Ditko (cocriador do Homem-Aranha), e curiosamente colorizada por Christie Scheele (cujo sobrenome lembra "esquilo"). Na estreia, a garota, então com 14 anos, tenta se aliar ao Homem de Ferro e enfrenta o Doutor Destino. Em seguida, em 5 edições de sua primeira minissérie, por Ryan North e Erica Henderson, a heroína superágil que se comunica com esquilos, Dorren Green, entra na faculdade, faz amizades, enfrenta ladrões de banco, o Chicote Negro, e invade a torre Stark com sua companheira Mindinha em busca de uma armadura para ir até a Lua e enfrentar Galactus antes que chegue na Terra. Claro que tudo num tom de humor. A edição tem momentos curiosos, bobos, chatos e também divertidos.








Missa do Galo e Outros Contos de Machado de Assis - adaptação de Francisco Vilachã e Adão de Lima Jr., com quatro histórias, trazendo também dois poemas, uma crônica e um trecho de "Memórias Póstumas de Brás Cubas". Não é uma edição empolgante, mesmo tendo desenhos competentes. Os contos selecionados não são nada que fique marcado na memória de um leitor acidental. Eu mesmo conhecia o primeiro de nome, mas não lembro de ter lido. O texto fiel do autor original é um pouco verborrágico para a atualidade e para o formato HQ, em minha humilde opinião (longe de mim contestar a obra original). "Missa do Galo" é um conto de fatos um pouco banais, em sua leitura superficial: um jovem conversando com uma familiar mais velha, nas poucas horas em que ela pôde ser ela mesma. Claro que em análise, mostra a vida de aparências da sociedade naquele contexto (tema atual). "Conto de escola" traz mais tensão, com meninos durante uma aula de um professor severo, um deles filho do mestre, que paga ao protagonista para que lhe explique o conteúdo, quando são dedurados por outro colega e sofrem as consequências. "O espelho" é o mais maçante, embora com um tom de mistério, vem a ser o mais decepcionante da edição, com uma teoria meio confusa e sem graça sobre a alma humana. E por fim, "Umas Férias", que tem um clímax emocionante e triste, embora traga uma sentença genial finalizando a história. Crianças criam expectativas sobre um dia especial, sem saber que era um dia trágico. Resumindo, são duas histórias bem boas de ler, uma sem graça e outra chata. Mas o saldo é com certeza positivo, para se conhecer o estilo de escrita de Machado, algumas histórias bem humanas e uma arte bem legal.






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