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7 de mar. de 2018

Leituras de março

Final de temporada de férias peguei alguns gibis para reler e ganhei muitas doações ao projeto Gibiblioteca:

Tio Patinhas 580 - com uma belíssima arte na adaptação de Moby Dick. Pena que ganhei este gibi amassado e sem capa. 




Grandes Heróis Marvel 10 - antigo gibi que li diversas vezes, com muito texto e a complexa origem da raça Kree, bem como uma controversa origem do andróide Visão. A edição trazia ainda um esquema de equipamentos dos heróis. Que situação inusitada surge para Mantis: seu par para se tornar a Madona Celestial era uma planta:








Quarteto Fantástico - O Retorno de Reed Richards, outro que li várias vezes e que curto bastante, pela arte do falecido desenhista Paul Ryan, em histórias que precederam o evento "Massacre" de 1998.





























 O Sétimo Suspiro do Samurai - muito boa esta edição com contos Japoneses adaptados.







Pato Donald 2442, de 2015. Já se perguntou onde está ou o que aconteceu com a mãe dos sobrinhos do Pato Donald? No mundo idealizado da Disney, há muito tempo se estabeleceu a regra de usar apenas sobrinhos e irmãos, para evitar que seus leitores menores tivessem que lidar com a ideia dos personagens tendo relações mais diretas e íntimas de casais. Passados muitos e muitos anos, isso não mudou muito, mas os autores tem mais liberdade.
Nesta edição, embora não tenha nada sobre relações, pelo menos o roteiro de Evert Geradts revela, entre referências de histórias de Carl Barks, uma teoria de que as "pessoas" não envelhecem nos quadrinhos (que mistura vários núcleos de personagens como Pinóquio, Clarabela, Lobão, Metralhas e Prof. Pardal - e muitos outros na cena final) e citando teorias de Einstein, é revelado o que aconteceu com a irmã de Donald.
Dumbela é uma astronauta pilotando um foguete experimental, que alcança a velocidade da luz. Mas embora tenha partido há muitos anos, para ela se passaram apenas 15 minutos, o que faz com que, durante uma comunicação de vídeo, não reconheça os filhos, já bastante crescidos. Huguinho, Zezinho e Luisinho, que eram ainda bebês quando ela partiu e nem lembravam da mãe, ao ouvir Dumbela dizendo que deve voltar em aproximadamente uma hora (o que significaria décadas para eles), preferem não revelar essa discrepância temporal a ela, e dizem ser outras pessoas. Eles, emocionados quando Dumbela diz que não ficaria um dia longe dos filhos, argumentam a Donald que pouparam a mãe para que não se preocupe e volte cedo de sua missão, pois gostam de ficar com o tio.
Uma história em quadrinhos rica em referências ficcionais e científicas, em metalinguagem, dinâmica, divertida e no fundo trágica! Material muito bom!
A capa traz ainda, ao fundo, no quadro pendurado na sala da família Pato, uma cena do primeiro desenhos animado onde aparece o Pato Donald, quando ainda era desenhado com bico comprido, como um marreco (pois na verdade ele NÃO é um pato). A Galinha Sábia, de 1934: https://www.youtube.com/watch?v=QnPhX1Hgau0











A Teia do Aranha 110 - 20 anos atrás era publicado o final da polêmica "Saga do Clone". Teve seus momentos bons. As histórias eram capítulos curtos, sem grandes diálogos, e alguns desenhistas das revistas do Aranha não eram bons, mas John Romita Jr. fez um bom trabalho nesta edição! Alguns personagens como o Ben Reilly, o Aranha Escarlate, que virou um tipo de irmão de Peter Parker, eram bem carismáticos! Teve um final trágico! Ficou um gosto amargo pros fãs de longa data do Homem-Aranha, pois depois de dois anos se arrastando, a vitória final pertenceu ao ressuscitado Duende Verde, pois Peter e Mary Jane terminaram acreditando ter perdido sua filha no parto, quando foi na verdade, raptada pelos capangas de Norman Osborn!




Marvel 99 nº 10 - Relendo esta edição, relembrei fatos que nem mesmo sei se já foram desmentidos, esquecidos, ou oficializados no universo Marvel. 


Fato 1 - A personagem que foi dada como morta por Matt Murdock na minissérie "Homem Sem Medo", quando ele acidentalmente empurra a moça contra a janela e ela cai (que atormentou o personagem por um bom tempo em histórias posteriores), era na verdade sua amante/inimiga Mary Tifóide. Isso é revelado na história do Demolidor com Deadpoool:



Fato 2 - este sim já foi "desmentido" por assim, dizer. O Thanos que enfrentou Kazar nesta época foi considerado um clone em edições escritas por Jim Starlin um tempo depois (não é pra menos).




Fato 3 - eu não lembrava que Bruce Banner havia sido responsável pela morte de seu pai biológico, que havia anos antes matado sua mãe. Essa informação e a história toda, uma viagem dentro da mente de Banner, me lembrou o filme de 2003.





Superaventuras Marvel 70 (1988): Esta edição, traz quadrinhos com temas bem adultos e relevantes, não é à toa que uma geração de leitores críticos se formou lendo gibi nos anos 80.  Temos primeiro uma bela história escrita por Ann Nocenti e desenhada por Barry Windor-Smith, onde o Demolidor é manipulado pela Viúva Negra para capturar Hazzard, um soldado americano vítima de experiências que o transformaram numa arma viva, capaz de causar ataques cardíacos em outras pessoas. Passa-se depois do incidente com o soldado bazuca, que atacou a Cozinha do Inferno na saga "A Queda de Murdock". Incrível como a arte expressiva de Smith casa com o jeito sutil que escritora possui de tratar o tema, tocando na parte humana, e questionando na época (anos 80), o patriotismo dos jovens,  a obsessão por armas, a visão do sonho americano despedaçado para quem vivencia uma guerra. E vejam como acaba a HQ, os desenhos do menino brincando com a arma, sem balões, que deixam o leitor pensando... arte pura!





Na mesma edição ainda tem uma história dos X-men, da saga da ninhada (já comentada aqui em outra ocasião), e outra de Manto e Adaga, escrita por Bill Mantlo e desenhada por Rick Leonardi, que questiona a exploração sexual de meninas em lojas e cabines de exibição, na época em que a famosa Times Square, em Nova Iorque, vivia uma era decadente, de jogos e prostituição, um antro de marginais e traficantes.As histórias traziam críticas aos administradores públicos, que há tempos prometiam acabar com as atividades e sex shops na área, e até então não haviam feito.




































Mágico Vento 11 - O Pesadelo na Moldura. Como diz o texto introdutório, histórias com quadros e fotografias demoníacas são fascinantes. Aqui, o personagem Top, um assassino já falecido que foi retratado numa pintura, se manifesta com seu pião da morte para cometer mais crimes. História de suspense e de investigação muito boa. E a curiosidade que a palavra Top, em inglês tem vários sentidos: o melhor, pião e cartola, todas relacionadas com o assassino.























Algumas das doações das professoras Kátia e da amiga Ângela:




















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