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14 de jul. de 2018

Leituras de Julho



Durante uma exposição de coleções organizada por mim e meus alunos do 7º ano do CESVP, a aluna Kassia levou sua coleção de gibis, que herdou de seus pais, e eis que surgiram algumas raridades, como o Almanaque do Chico Bento 1 da ED. Abril,de 1982, bem como o nº 2 da Ed. Globo (1987) e Mônica 100 (1978), também da Abril. Também uma edição de Zé Carioca de 1973. Claro que tive que pedir emprestado.




As histórias do 1º almanaque do Chico Bento, com 100 páginas, tem desenhos com um traço diferente do atual, mais "espichado" como era nos anos 70. O núcleo do personagem contava com o mexicano Juanito, Zé Lelé aparecia diferente de uma história para outra, e Zé da Roça e Hiro ainda falavam "caipirês" como o Chico, o que algum tempo depois foi mudado. A edição traz um texto introdutório bem legal também!












 Almanaque do Chico Bento 2 (Globo) ainda trazia aquela bordinha enfeitada com animais da fazenda. Na época era comum aparecer tiras do personagem Arapinha (mascote das lojas Arapuã) na parte de baixo das histórias. Como destaque mostro uma página com quadros grandes mostrando uma sequência de eventos muito bem desenhada!






Mônica 100 (Editora Abril) - embora a revista que li estivesse em péssimas condições (tem 40 anos), é uma bela edição, com uma capa enfeitada com requadro azul detalhado com arabescos. O formato da revista é maior do que o consagrado formatinho das últimas décadas. Reflexo da época, a primeira história mostra a turma da Mônica empolgada com a chegada de uma novidade tecnológica: o orelhão que estava sendo instalado na rua. Essa história foi publicada com colaboração da TELESP. Com uma mensagem para as pessoas cuidarem desse bem público, mostra um vilão que roubava orelhões e fichas, pois seu plano era poder fazer ligações interurbanas infinitamente para todas as cidades, e quando as pessoas atenderem ele poder dizer que foi engano!!! KKK Gênio! A edição traz algumas histórias que eu já conhecia de republicações, como "Bidu, o gatão" e "Ninguém gosta de mim", onde um menininho inferniza a Mônica.

















Sandman - Edição Definitiva vol. 1 - Um petardo de quase 700 páginas e 20 histórias, além de material extra contando o processo de criação. Personagens fantásticos, lidando com emoções, misticismo, mistério, violência, fantasia, e claro, os sonhos. Depois de 70 anos aprisionado por magos humanos, o senhor do reino dos sonhos, Morfeus, busca retomar seu reino, sai em busca de seus objetos de poder e enfrenta traições na família, espíritos desequilibrados, a ambição humana e revela contos de seus irmãos Perpétuos, como a Morte e Desejo. Com a participação de John Constantine citando aliás o Surfista Prateado (da editora concorrente), traz momentos perturbadores também, com o personagem Doutor Destino, que com seu rubi e promove atos impensáveis entre pessoas numa lanchonete; lida com a mitologia da musa Calíope numa história que remete ao abuso sobre as mulheres. Dedica uma história em homenagem aos gatos e ambienta uma outra na África e outra ainda no próprio inferno, onde vive seu irmão Lúcifer Estrela da Manhã. Simplesmente uma obra prima dos quadrinhos!












Tina e Os Caçadores de Enigma 1 - fui enganado num kit que vendia 3 gibis por 9 reais, pois vinha um adesivo em cima do texto da capa que diz: Minissérie em 3 edições. Revista de 2007, trazendo uma proposta mais "teen", traz a sempre linda Tina (que lembra minha primeira namorada), com seus amigos Rolo (no traço moderno que não gosto), Pipa e Zecão (também sem o traço de desenho clássico) investigando um mistério de aparição de OVNI em pleno Brasil. Achei a aventura com muito diálogo e pouca ação nesta primeira parte, embora seja rica em referências nerds e a filmes e fatos/boatos conhecidos acerca do assunto abordado. Para os mais jovens, é bem interessante para se conhecer esse universo de curiosidades dos "Etês", inclusive na sessão dedicada a explicá-las. Destaco a fala do Rolo comparando Tina, ele mesmo e Pipa, a Mônica, Cebolinha e Magali  - eu nunca tinha pensado nisso!!!








Popeye Clássico - com histórias dos anos 1950, um humor muito antiquado e por vezes, datado e ingênuo. Pelo menos eu achei a história dos "fantasmas" bem bobinha. O Espinafre não estava presente em algumas histórias. Serve como passatempo sem usar muito o cérebro, bom para leitores iniciantes ou pra quem gosta de conhecer material antigo, afinal, sempre se aprende sobre os costumes de certa época. Tem um texto bel legal sobre o autor e sobre o personagem.






Mônica 25 (série 2 da Panini) - uma edição divertida: Mônica encontra o Espelho Mágico dos contos de fada, que é uma péssima influência. Piteco inventa um guarda-cabeças (praticamente um guarda-chuva) pra se proteger do ataque de dinossauros. Bidu se vê com problemas concorrendo a audiência com os "Autubers". Uma divertida história do Horácio sobre as teorias dos humanos sobre o Tiranossauro. O pai da Mônica vai de bike feminina para o trabalho, um bom exemplo para a saúde, cidadania e respeito. Seu Juca não consegue parar de encontrar a turma e ser internado em cada história. E ainda outras histórias curtas.






A Origem de Glory - Nunca tinha lido nada dessa que é uma das personagens-símbolo da fase de lançamento da Image Comics, que como o nome diz, apelava para a imagem. Vi numa lojinha  de artefatos pop e comprei essa edição de 1998. A super-hiper-mega sexy heroína nada mais é que uma cópia modificada da Mulher-Maravilha. Filha da rainha das amazonas com o rei do "Inframundo", ela é mais selvagem que suas compatriotas da "Ilha do Paraíso". Roteiro de Jo Duffy e desenhos de Mike Deodato, que em alguns momentos desenha personagens belíssimos, mas em outros, como mostrado abaixo, deixava a desejar nas proporções dos corpos, cabeças, e pernas, no melhor (pior) estilo Rob Liefiled.




Braços curtos, pernas gigantes, tronco esquisito.

Pernas gigantes.

Tronco gigante.





Lendas do Universo DC Mulher Maravilha 2 - com o arco "Desafio dos Deuses". Simplesmente épico, uma narrativa no estilo dos grandes clássicos da antiguidade, com os belos desenhos de George Pérez. Diana enfrentando desafios com grandes feras mitológicas em busca da verdade sobre si mesma, e os deuses gregos e amazonas enfrentando traições e tensões entre si. Zeus, enlouquecido e influenciado por outra entidade, quase transforma as guerreiras em suas concubinas, num momento tenso da HQ. Pena que não mostrou o desafio final e a derrota do Caçador Cósmico, parte de outra saga da DC Comics, Milênio.
   A história, escrita nos anos 80, mostra Hércules sendo salvo e perdoado por Hipólita por tê-la enganado, traído e violentado. Embora quisesse se mostrar superior ao deixar pra trás o que aconteceu, ela ainda demonstra amor pelo semideus. Minha opinião pessoal: Escrita nos anos 80, não acho que pegaria bem hoje essa impunidade do personagem masculino. Claro que é uma obra de ficção,sobre outra cultura e seres que vivem séculos, podendo com o tempo, superar velhas mágoas, mas o que foi mostrado no volume 1 da coleção foi uma história bem sórdida.







Salvat Vermelha: Garota-Aranha - bem legal as histórias de May "Mayday" Parker, com a primeira história sendo da série "O que aconteceria se..." desenhada por Ron Frenz com arte final de Bill Sienkiewicz, em 1998, e depois alguns números da série mensal da heroína, também escrita por Tom Defalco, mas desenhada por Patt Olliffe, que fazia também a série "Arquivos Secretos do Homem-Aranha", e por isso conseguiu fazer a personagem parecida com o pai, Peter Parker. Todo um universo foi criado para esta versão da filha do Homem-Aranha, que nas revistas de linha da época havia sido raptada pelo Duende Verde. Havia o Quinteto Fantástico e uns Vingadores incluindo Fanático e Jubileu, e também uma versão pós-morte do Demolidor, o Destruidor. Gostei da participação de Phil Urich, que já foi uma versão heroica do Duende Verde.








Universo Marvel (série 4) 18 - não adquiri a edição anterior por não trazer história do Surfista Prateado, única razão pra ter a revista, sempre com um tom humano, leve e imprevisível. A saga Inumanos Versus X-Men não é ruim, mas esses eventos principais da Marvel não estou acompanhando, pois exigem que se acompanhe vários títulos. Fabulosos Inumanos acho muito fraca também. Nova é totalmente dispensável, não consigo curtir o personagem (voltado mais pro público adolescente), não gosto nem dos desenhos nem das histórias, que parecem não sair do lugar.





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