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27 de mar. de 2013

Quadrinhos e Abuso Sexual

     Esta será é a 3ª vez que publico este texto, agora atualizado e com mais figuras retiradas diretamente do gibi. A história mostrada na revista Homem-Aranha Anual 5, publicada pela Editora Abril em fevereiro de 1995, mostra personagens perturbados, como Peter Parker, que algum tempo atrás havia sido enterrado vivo por Kraven O Caçador, e Harry Osborn, filho do primeiro Duende Verde que depois assumiu a identidade do vilão, para posteriormente perder a memória destes fatos. 

     E também temos Ratus, na verdade Edward Wheelan, que foi vítima de experiências do nazista Barão Zemo que o transformaram num monstro inumano e canibal de mente frágil e instável.




    Neste “singelo” gibi podemos ver Harry Osborn ser atormentado pelo fantasma do pai, Norman, que o humilha como sempre fez em sua juventude, influenciando-o a ser novamente o Duende Verde, culpando o Homem-Aranha por todos os problemas em sua vida. Harry quase bate no filho em meio ao surto psicótico, e acaba abandonando a família em busca de vingança.

     O Homem-Aranha enfrenta o trauma de sua pseudo-morte e dos decorrentes sentimentos injustificados de culpa pela morte de seus pais, comum em órfãos, como explica a Dra. Ashley Kafka.

     
   Já o personagem Ratus vai se revelando aos poucos na história, através de quadrinhos quase expressionistas que representam gravações em vídeo feitas em sua cela no instituto psiquiátrico. Em sua relação com a Doutora, ele relembra a “coisa ruim”, que na verdade era o abuso sexual que sofria do próprio pai, um Juiz de Direito de posição social elevada.





    Além deste fato surpreendente nesta história em quadrinhos, ficamos sabendo que a mãe de Ratus sabia o que acontecia e nada fazia, ele culpa a mãe por não tê-lo protegido. O vilão tenta matar o pai, mas não consegue, pois seus sentimentos familiares são confusos. Depois do ataque frustrado, o Juiz fica assistindo a vídeos antigos onde brincava com seu filho ainda pequeno, e se desespera chorando com remorso - são páginas emocionantes. Ratus, com tratamento, começa a assumir novamente, mesmo que brevemente, a forma humana, mas teria que percorrer um longo caminho para lidar com seus traumas.










     Todos os personagens lidam com a questão da família. Todos passam por sentimentos conflitantes. Harry não sabe se Peter é o melhor amigo ou o pior inimigo. Peter não sabe se quer espancar e punir Ratus ou ajudá-lo. Ratus não sabe se ama ou odeia seus pais.



      Esta edição se revela uma obra séria e reveladora da condição humana de fragilidade e impotência diante de questões que vão desde a complicada relação com os pais até coisas inerentes ao ser humano como a violência e instintos incontroláveis. Mostra que existem coisas boas e ruins dentro de todos nós, e também que não devemos julgar pela aparência e sem conhecer os fatos
.      Destaque para os desenhos de Sal Buscema, que de maneira excepcional demonstram emoções fortes como surpresa, medo, alívio e fúria, e , claro, parabéns ao argumentista J.M. De Matteis pela ousadia. O tema não chega a ser uma novidade em histórias em quadrinhos, mas foi tratado com dignidade, sem apelação, sem deixar de lado a aventura, e acrescentando mais maturidade ao personagem mais famoso da Marvel.
         Pena que esse tipo de história não seja apenas ficção.
     

        "Nem toda violência deixa cicatrizes."


  Eu cheguei certa vez a me desfazer desta revista, mas logo acabei comprando outra cópia.

24 de mar. de 2013

Marvel + Aventura

A revista custa apenas R$ 1,99 e este mês, como estou sem tempo de ler devido ao trabalho e estudos, faço minhas as palavras do amigo Leandro Vargas e copio descaradamente sua postagem do blog Olhos Estranhos:

"A mais recente edição da revista "Marvel + Aventura" trouxe uma interessante aventura do Homem-Aranha, publicada originalmente em "Spectacular Spider-Man" 14, de julho de 2004. Escrita por Paul Jenkins e belamente ilustrada por Paolo Rivera, a história mostra um confronto do herói contra o vampiro Morbius pelo ponto de vista de Joey Beal, um jovem que sofre de paralisia cerebral, é fã do Aranha e costuma acompanhar os "voos" do aracnídeo do telhado de seu prédio.








O clima depressivo criado pelos autores chega ao seu auge nas 3 páginas finais, que apresentam Joey dando uma visão bem diferente do que é costumeiramente mostrado em relação ao Homem-Aranha. As palavras "ditas" por Joey fazem pensar, e relembram aos leitores de modo cruel e genial o quão pesado é o fardo carregado pelo Amigão da Vizinhança.

Dá para sentir na pele todo o peso das grandes responsabilidades do herói piadista que todos adoram, e que faz sucesso por ser um dos personagens mais humanos das HQs. Nunca tinha lido esta poética história, então a Panini acertou em cheio em resgatá-la!"

6 de mar. de 2013

Para as Mulheres-Maravilha (Ciência dos Heróis 8)


MULHER-MARAVILHA

     Criada nos anos 1940 por William Moulton Marston, psicólogo inventor do polígrafo  (detector de mentiras), que tinha  a mesma função do laço mágico da heróína.

Nos quadrinhos quem fica preso no laço mágico da Mulher-Maravilha não consegue mentir.

        Na vida real, o polígrafo analisa as batidas do coração para analisar se a pessoa está ou não mentindo. Mas o resultado não é 100% confiável.
       A heróína, em seu primeiros anos, não era tão erotizada, mas sempre representou a força das mulheres, se libertando metaforicamente das correntes ideológicas que limitavam os direitos femininos.




        Suas histórias são baseadas na mitologia grega, ela não tem pai (representando que as mulheres não precisam dos homens) e vem de uma raça de guerreiras amazonas. 
        
      Nos anos 70 ganhou um famoso seriado de tv estrelado por Linda Carter, e sempre foi um membro ativo da Liga da Justiça.


       Pelo dia da mulher, viva a Mulher-Maravilha!!