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30 de set. de 2013

Super Doação ao Projeto Gibiblioteca


Recebi uma doação do amigo Igor Martinez, que se desfez de todos os seus gibis da infância em prol do meu projeto. São 141 gibis variados, a maioria dos anos 80 e 90, mas com umas raridades.
Obrigado Igor!!! Abração!

Vejam os destaques:

Esse já li pra minha filha

Seleção de Fábio Jr. hehe


Clássico: Chico no Restaurante

Raridade

Especial, vinha numa promoção de iogurte

Raridade de 1966

Mônica da Editora Abril

Raridade de 1963

Coleção Completa da Coca-Cola

Eu tive este gibi anos atrás, vou reler hehe.

50 anos de Batman
Eu adorava ler

27 de set. de 2013

O ARAUTO DE GALACTUS - PARTE 2



     1968- Depois de aparecer esporadicamente nas histórias do Quarteto Fantástico como convidado especial, o Surfista Prateado ganha uma revista própria. Mas Stan Lee quis dar uma atenção especial ao Surfista, e quis fazer dele sua voz para falar de tudo o que ele achava que havia de errado com a sociedade e o mundo. O que melhor que alguém de fora do planeta para ver o que nós, primitivos humanos, não percebíamos?
     Então, a revista do Surfista seria bimestral (pelo menos nas primeiras edições) e teria o dobro de páginas pelo mesmo preço das outras, com histórias completas (o maior problema com gibis de super-heróis é que a história sempre continua na edição seguinte). Na primeira edição, foi a presentada A ORIGEM DO SURFISTA PRATEADO, com desenhos do lendário John Buscema.



     A história começa com o Surfista preso na Terra, fugindo de aviões da força aérea americana depois de ter salvo um astronauta de uma cápsula espacial caída no mar. Ele filosofa um pouco. 





   Em meio a uma montanha de neve encontra um portal antigo e ruínas, que o fazem lembrar de seu passado, e sua origem vai sendo contada em flashbacks:

     "No planeta Zenn-La, um paraíso tecnológico criado por uma raça humanoide super evoluída e avançada espiritual e culturalmente, vivia Norrin Radd, um jovem romântico e sonhador que não suportava a sociedade hedonista e fútil à sua volta (qualquer semelhança com nossos dias de Big Brother NÃO é mera coincidência - as grandes obras são sempre atuais). Seu ídolos eram os antepassados, para quem ainda havia desafios e algo a ser desbravado. Até mesmo o conhecimento era adquirido através de cubos hipnóticos. Roupas e comida eram confeccionadas por máquinas. Norrin visitava frequentemente o museu holográfico, revivendo o passado e assistindo a batalhas, ao surgimento da era da razão (numa alusão coerente à época do Iluminismo, uma oportunidade desperdiçada por nós) e a conquista do espaço. Ele vivia com sua amada, a bela Shalla Bal, que se entristecia ao ver o descontentamento de Norrin, quando este dizia: "Aquilo que é fácil não vale a pena ser conquistado. Até mesmo seu lábios não seriam tão doces se eu não fosse merecedor deles".




     Um dia, porém, uma sombra cobriu Zenn-La: era Galactus, O Devorador de Mundos, que se aproximava para consumir o planeta. O povo há muito havia esquecido o que era lutar, pois guerras, doenças e armas eram obsoletos. Tentaram empregar sua única defesa: uma bomba de colbalto que fez tremer as edificações reluzentes e pôs o paraíso abaixo, apenas para assistirem Galactus desviar-se entre dimensões (?), permanecendo incólume.

     Mas em meio ao caos, apenas ele, Norrin Radd, teve coragem de utilizar uma pequena espaçonave e ir falar com o gigante, dizendo que ele deveria procurar planetas SEM VIDA INTELIGENTE para se alimentar. Galactus então fala que sua necessidade de energia é urgente e pergunta: "Se sua vida dependesse de pisar num formigueiro, você hesitaria?"
Então Norrin Radd se oferece para procurar planetas em seu lugar, desde que poupe seu mundo natal. Galactus aceita e o transforma no Surfista Prateado! Ele se despede de Shalla Bal e segue seu caminho com seu novo mestre, nunca esquecendo sua amada..."



     [Nunca esquecendo uma pinoia! Na época que ele chegou na Terra ele nem lembrava de onde vinha e de sua promessa de procurar mundos SEM VIDA (não digo vida inteligente, pois não sei se me atrevo de chamar a raça humana de inteligente). Não foi culpa dele, como verão em capítulos posteriores, mas eu queria chamar a atenção para outro fato, o Norrin vivia chateado e queria aventura, né? Então o espertinho matou dois coelhos com uma caixa d'água só (eu sei que é cajadada) , salvando o planeta e abandonando seu povo indolente. Galactus usou Norrin ou foi o contrário? Ah, e vejam o último quadrinho que diz: "...até que o próprio tempo perdeu seu significado!" Levem em conta que a noção de tempo se perde no espaço (quem estuda física quântica sabe um pouco disso), mas certas coisas (como estes cálculos) devem ser desconsideradas em benefício da imaginação.]


     Essa série clássica do Surfista Prateado teve 18 edições, foi publicada até 1970. No Brasil, foram publicadas pela Editora Abril fora de ordem, com páginas e falas cortadas na revista Heróis da TV e Capitão América, em números esporádicos. Melhor do que nada, eu digo. Graças à editora Mythos, consegui completar as 18 histórias (em preto e branco nas Edições Históricas do personagem, que me custaram R$ 19,90 e 29,90, respectivamente).





    A Panini, posteriormente, lançou a Biblioteca Histórica Marvel: Surfista Prateado, com as seis primeiras histórias (as melhores), com capa dura e papel especial – foi meu sonho realizado.

21 de set. de 2013

Quadrinhos e Cinema 2 - Trilogia X-Men (Parte 1)

X-MEN: O FILME



           Impulsionados pela boa repercussão de Blade – O Caçador de Vampiros, de 1998, os executivos da Marvel fizeram acordo em 2000 com a Fox e em 2001 estreou o primeiro filme dos mutantes que lutam por aqueles que os odeiam e temem. A ideia existia há muito tempo, mas (ainda bem) somente com a era de efeitos digitais foi possível realizar um filme de qualidade. Lembro que, na faculdade, eu aprendia a usar a Internet, e meu amigo Leandro Vargas, fanático por X-Men, acompanhava tudo pela revista Sci-Fi. As primeiras fotos deixavam todos apreensivos. Teríamos roupas coloridas e colantes ridículos? E as máscaras? E o roteiro?

            Finalmente chegou o dia da estreia mundial, e o finado Cine Glória em Rio Grande foi abençoado pela dádiva de participar do circuito nacional. E lá estávamos eu, Leandro e mais uma amiga, Marilia Hamada Chaves  indo juntos assistir o filme que deu oficialmente início à nova febre de adaptações de HQ’s para o cinema. O slogan do pôster: Confie em poucos. Tema o restante.








            Um espetáculo. Eu não esperava um filme tão sério. Incrível a abordagem realista do diretor Bryan Singer. Pra quem acha estranho a palavra “realista” neste contexto, é só ler quadrinhos e ver Vampira voando, por exemplo, e as cores aberrantes e batalhas espaciais, ou os vilões estereotipados dando gargalhadas. Mas não, o filme é um drama de ficção científica com uma dose de aventura. E os uniformes dos heróis são pretos e de couro – efeito pós-Matrix.

  Alguns atores estão perfeitos, Patrick Stewart era a escolha óbvia para o Professor Xavier e não decepcionou. Ian McKellen, ator que vinha do teatro britânico, dá um ar de experiência a Magneto que poucos conseguiriam. E os dois realmente roubam a cena em seus diálogos afinados, minha parte preferida do filme.


 "Entrando escondido aqui, Charles? O que será que está procurando?"


             
  Já o ator que interpreta Wolverine é o australiano Hugh Jackman, cuja carreira, depois de X-Men, decolou em Hollywood. Ele tem 1,90m de altura, e como o personagem é baixinho, neste primeiro filme deram um jeito de sua altura não aparecer. O cara não leu nada sobre o personagem, pois o diretor não queria que ele fosse influenciado e ficasse caricato, então só disse que era um cara durão. Jackman tomava banho gelado (inverno no Canadá) pra ficar tenso pra filmar. Valeu a pena. Logan é o cara! Muitos fãs chiaram, como sempre, inclusive eu achava (ainda acho) que tinham de dar um jeitinho de pôr uma máscara em alguma cena. Mas tudo bem.




            Halle Berry como Tempestade ficou meia boca com aquele cabelo claramente postiço e dá uma voadinha chumbrega, mas que na época achei animal. Anna Paquin ficou nota 10 como a atormentada adolescente Vampira, que não pode tocar ninguém. O vilão Groxo, ridículo nos quadrinhos, ficou com um visual bem legal, assim como Dentes-de-Sabre. E Rebecca Romijn-Stamos fez sucesso com sua personagem azul e aham-nua, Mística. E o que falar da linda Famke Janssen como Jean Grey?Até Ciclope ficou bem representado por James Marsden, pena que Wolverine ofuscou o coitado, que sempre foi um líder de destaque nos quadrinhos.



            Outro elemento de destaque foi a dublagem brasileira, que utilizou as mesmas vozes do desenho dos “mutunas” que passava na globo. Já na dublagem espanhola, Wolverine é chamado de Glutón (glutão é também um dos nomes do carcaju, um animal selvagem que, em inglês, é chamado Wolverine), mas tudo bem, num desenho do Homem-Aranha com participação dos X-Men, Wolverine foi chamado de Lobão, hehe.

                 Desde a introdução*, que faz menção ao apelido que os mutantes têm nos quadrinhos (os filhos do átomo) esse é meu filme preferido da trilogia (até hoje, assisti, sem exagero, umas 25 vezes ou mais), embora encontre hoje alguns efeitos ruins que foram sanados nas continuações. Exemplos: esqueceram de apagar as cordas num dos saltos do Groxo durante a briga com Tempestade; e as garras de Wolverine na primeira vez saem de uma parte da mão, entre os dedos (aparece uma gosma branca nojenta), e quando ele atravessa o peito de Vampira, saem da parte de cima, perfeito como nos quadrinhos.

       Mas o roteiro é muito bom, cheio de implicações éticas sobre o racismo e a discriminação. Vale lembrar que Stan Lee criou os X-Men originais (Ciclope, Jean, Anjo, Fera e Homem de Gelo) no início da década de 60, período de discriminação racial onde se destacavam as ideias de figuras como Martin Luther King (pacifista, representado por Charles Xavier) e Malcom X (radical, representado por Magneto).

       O plano de Magneto era transferir seu poder para Vampira a fim de acionar uma máquina (já que ele poderia morrer no processo) que emite uma radiação. Ele queria causar uma mutação artificial nos líderes das nações que estavam em reunião em Nova Iorque, para que voltassem a seus lares como mutantes e acabassem com o preconceito contra sua própria raça. A ideia ficaria mais clara se uma cena não tivesse sido cortada: Tempestade dá uma aula de história sobre o Império Romano, que por séculos perseguiu e discriminou os cristãos, mas no ano 325, quando o Imperador Valério Constantino e a classe dominante se converteu, a religião cristã se tornou a fé dominante no Império. Mas tudo bem, o diretor não quis subestimar a inteligência da plateia. Mas eu conheço gente que não entendeu.

                        Essa da aula e outras cenas, assim como bastidores e entrevistas (onde Ian McKellen revela ser gay e por isso aceitou o papel no filme – que fala de preconceito), estão no DVD especial X-Men 1.5, que comprei num box com o filme X-Men 2.

            E a editora Abril publicou na época revistas especiais: X-Men - O Filme: Prelúdio Wolverine, Vampira, Magneto e a quadrinização oficial.


 




         Mutação: é a chave para a nossa evolução. Ela nos permitiu evoluir de um organismo de uma única célula até a espécie dominante do planeta. Esse processo é lento, e normalmente leva milhares e milhares de anos. Mas a cada centena de milênios, a evolução dá um salto à frente.

10 de set. de 2013

O ARAUTO DE GALACTUS - PARTE 1

   1966 - Para a próxima revista do Quarteto Fantástico que produziriam, Stan Lee (escritor), falou a Jack Kirby (desenhista) que os heróis deveriam enfrentar um semi-deus, e seu nome deveria ser Galactus, O Devorador de Mundos. Jack desenhou a história e incluiu um elemento a mais na história, um arauto, pois em sua concepção, um ser poderoso como Galactus não tinha que pôr a mão na massa e trabalhar, teria alguém para procurar planetas em seu lugar enquanto se alimentava. Era um ser prateado numa prancha sobre a qual viajava pelo espaço. Seu nome foi uma escolha lógica: SURFISTA PRATEADO





      Publicada na revista Fantastic Four 48, a história intitulada "A Chegada de Galactus" estendeu-se até o número 50 da revista, sendo chamada até hoje de "A Trilogia de Galactus" (antes de virar moda a palavra trilogia).

E Vamos ao roteiro:

Uma bola de fogo aparece no céu. Em seguida todo o céu fica em chamas, mas estranhamente, não há calor.O Quarteto Fantástico vai investigar, mas o impetuoso Tocha Humana se adianta ao grupo e é atacado sendo acusado de causar o fogo, que some de repente. Meteoros cobrem o céu,mas na verdade tudo é causado pelo Vigia, entidade de uma raça de observadores que não pode interferir nos fatos, mas conhecendo a Terra e tendo se afeiçoado a ela, resolveu ajudar. Mas não adiantou, e entre os detritos no céu, surge o Surfista Prateado, que se desvia do ataque do Tocha e pousa no Edifício Baxter (sede dos heróis), sinaliza para Galactus e leva um golpe do Coisa, caindo no apartamento da escultora cega Alícia Masters (namorada do Coisa).


 
um dos primeiros quadrinhos onde o Surfista aparece


    Galactus chega numa nave esférica e se apresenta, dizendo que está prestes a destruir tudo. O Vigia não consegue convencê-lo a poupar a Terra. O Quarteto tenta intervir, mas é escorraçado. O Vigia então envia o Tocha por dimensões estranhas para chegar ao outro lado do Universo até a base espacial do Gigante, para buscar uma arma especial.

Galactus, o Devorador de Mundos, e seu arauto.


    O Vigia explica que Galactus usa um conversor de matéria em energia que ferverá os oceanos e o verde do planeta, transformando-o em uma casca vazia. Ao tentar montar o conversor, o Coisa começa a dar trabalho, quebrando tudo e atrasando o gigante.

    Enquanto isso, Alicia conhece o Surfista e o trata bem, estranha ao tocá-lo, diz que suas feições denotam tristeza e nobreza, e fala sobre os sentimentos humanos, tentando convencê-lo a não ajudar a destruir o planeta. Suas palavras despertam no Surfista algo há muito esquecido, e ele se dá conta do que está fazendo.

    Ele enfrenta Galactus, discursando sobre o direito de viver dos humanos, e a batalha dá tempo ao Tocha de retornar, quase enlouquecido por todas as maravilhas do universo que deslumbrou. O Sr. Fantástico (líder do Quarteto), ameaça usar o Nulificador Total, e Galactus então promete ir embora em troca da devolução do armamento. O Vigia diz que devem confiar na palavra do gigante, que fala sobre o potencial da raça humana. Antes de ir embora,porém, castiga o arauto traidor, negando-lhe o direito de singrar o espaço.
    Na verdade, Galactus criou uma barreira de força invisível cerca de 11.000 Km ao redor da Terra e ativada somente pelo Surfista, que só foi descoberta tempos depois, quando o Doutor Destino roubou o poder cósmico e a prancha do Surfista e tentou fugir para o espaço.

    Assim tem início a saga do Surfista Prateado! Essas histórias foram publicadas no Brasil pela primeira vez na revista  O Homem Aranha da editora Ebal, em 1974. Depois, republicadas na revista Heróis da TV 58 e 59, totalmente editadas, faltando páginas e páginas!


Os criadores:

Stan Lee
Jack Kirby