Em meados de 1997 eu e um colega de aula (Rodrigo Candaten) gostávamos de palavras
complicadas e brincávamos de inventar discursos elaborados com
explicações absurdas. Um dia, na biblioteca do Colégio Estadual Santa Vitória do Palmar, durante uma aula
de filosofia, catei um livro com nome enigmático para dar uma conferida.
Folheando, vi que falava de física, e citava o cientista Werner Heisenberg,
cujo nome eu conhecia de uma história do Quarteto Fantástico onde os
heróis viajavam no tempo. Já gostei. No gibi (Superaventuras Marvel 140 a 146), o cientista Reed Richards citava Heisenberg nas explicações dos efeitos e teorias do deslocamento temporal.
Li
descompromissadamente algumas coisas bem interessantes naquela curta
aula. Um exemplo foi sobre a dificuldade de se definir a luz como onda
ou partícula, pois dependendo da situação, ela se comporta como um ou
outro. Fala
de religião e ciência e de como um não exlui o outro, pois ao
descobrir os mistérios do universo, como esse da luz, muitos cientistas
aceitam a dualidade das coisas: corpo e espírito, por exemplo. Claro que muita coisa eu não entendia!
Já na faculdade em 2000-01, passeava eu pelos corredores da biblioteca,
dando uma espiada em livros de todos os cursos, quando, na prateleira
de física, encontro novamente "O Ponto de Mutação" (Turning Point), de Fritjof Capra.
Levei o livro pra casa e passei dias curtindo uma leitura
esclarecedora sobre o mundo em que vivemos e sua estrutura de
pensamento.
Fritjof Capra é um dos grandes pensadores da atualidade, um educador ecológico. O autor conta a
história da ciência moderna, as grandes descobertas e como elas
nortearam nosso modo de pensar, e como isso está enraizado em todas as
facetas da sociedade. Fala da compartimentalização do conhecimento a
partir do pensamento descartiano e da descoberta dos elementos que
formam o átomo e a matéria.
Uma amiga da faculdade, Patrícia Silveira, me contou também sobre o filme “Ponto de
Mutação” (Mindwalk). Produzido pelo irmão de Capra, trata de um diálogo
entre um político, um poeta e uma cientista desiludidos sobre a
condição do ser humano, seus conhecimentos e sua relação com a natureza e
o mundo. Consegui baixar anos depois e assistir, e o filme inteiro é uma conversação tocando em diversos aspectos da ciência e da vida do ser humano. Encontra-se em DVD hoje em dia, mas uns anos atrás era raríssimo!
Cheguei a citar o autor num trabalho sobre O Surfista Prateado na faculdade, pois Capra cita outro autor (que não lembro agora) que fala o mesmo que Stan Lee nas primeiras histórias do Surfista, que as civilizações nascem, crescem, experimentam um breve momento de glória e depois desabam em ruínas.
Bom, aí está minha dica para o crescimento intelectual dos leitores.
Isso mesmo, ampliem seus horizontes, não vale ficar só nos quadrinhos!
Para conhecer um conceito de Heisenberg visite meu outro blog em: http://rapsodiasnefarias.blogspot.com.br/2013/05/o-tempo-e-fisica.html
Para conhecer um conceito de Heisenberg visite meu outro blog em: http://rapsodiasnefarias.blogspot.com.br/2013/05/o-tempo-e-fisica.html
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