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27 de set. de 2013

O ARAUTO DE GALACTUS - PARTE 2



     1968- Depois de aparecer esporadicamente nas histórias do Quarteto Fantástico como convidado especial, o Surfista Prateado ganha uma revista própria. Mas Stan Lee quis dar uma atenção especial ao Surfista, e quis fazer dele sua voz para falar de tudo o que ele achava que havia de errado com a sociedade e o mundo. O que melhor que alguém de fora do planeta para ver o que nós, primitivos humanos, não percebíamos?
     Então, a revista do Surfista seria bimestral (pelo menos nas primeiras edições) e teria o dobro de páginas pelo mesmo preço das outras, com histórias completas (o maior problema com gibis de super-heróis é que a história sempre continua na edição seguinte). Na primeira edição, foi a presentada A ORIGEM DO SURFISTA PRATEADO, com desenhos do lendário John Buscema.



     A história começa com o Surfista preso na Terra, fugindo de aviões da força aérea americana depois de ter salvo um astronauta de uma cápsula espacial caída no mar. Ele filosofa um pouco. 





   Em meio a uma montanha de neve encontra um portal antigo e ruínas, que o fazem lembrar de seu passado, e sua origem vai sendo contada em flashbacks:

     "No planeta Zenn-La, um paraíso tecnológico criado por uma raça humanoide super evoluída e avançada espiritual e culturalmente, vivia Norrin Radd, um jovem romântico e sonhador que não suportava a sociedade hedonista e fútil à sua volta (qualquer semelhança com nossos dias de Big Brother NÃO é mera coincidência - as grandes obras são sempre atuais). Seu ídolos eram os antepassados, para quem ainda havia desafios e algo a ser desbravado. Até mesmo o conhecimento era adquirido através de cubos hipnóticos. Roupas e comida eram confeccionadas por máquinas. Norrin visitava frequentemente o museu holográfico, revivendo o passado e assistindo a batalhas, ao surgimento da era da razão (numa alusão coerente à época do Iluminismo, uma oportunidade desperdiçada por nós) e a conquista do espaço. Ele vivia com sua amada, a bela Shalla Bal, que se entristecia ao ver o descontentamento de Norrin, quando este dizia: "Aquilo que é fácil não vale a pena ser conquistado. Até mesmo seu lábios não seriam tão doces se eu não fosse merecedor deles".




     Um dia, porém, uma sombra cobriu Zenn-La: era Galactus, O Devorador de Mundos, que se aproximava para consumir o planeta. O povo há muito havia esquecido o que era lutar, pois guerras, doenças e armas eram obsoletos. Tentaram empregar sua única defesa: uma bomba de colbalto que fez tremer as edificações reluzentes e pôs o paraíso abaixo, apenas para assistirem Galactus desviar-se entre dimensões (?), permanecendo incólume.

     Mas em meio ao caos, apenas ele, Norrin Radd, teve coragem de utilizar uma pequena espaçonave e ir falar com o gigante, dizendo que ele deveria procurar planetas SEM VIDA INTELIGENTE para se alimentar. Galactus então fala que sua necessidade de energia é urgente e pergunta: "Se sua vida dependesse de pisar num formigueiro, você hesitaria?"
Então Norrin Radd se oferece para procurar planetas em seu lugar, desde que poupe seu mundo natal. Galactus aceita e o transforma no Surfista Prateado! Ele se despede de Shalla Bal e segue seu caminho com seu novo mestre, nunca esquecendo sua amada..."



     [Nunca esquecendo uma pinoia! Na época que ele chegou na Terra ele nem lembrava de onde vinha e de sua promessa de procurar mundos SEM VIDA (não digo vida inteligente, pois não sei se me atrevo de chamar a raça humana de inteligente). Não foi culpa dele, como verão em capítulos posteriores, mas eu queria chamar a atenção para outro fato, o Norrin vivia chateado e queria aventura, né? Então o espertinho matou dois coelhos com uma caixa d'água só (eu sei que é cajadada) , salvando o planeta e abandonando seu povo indolente. Galactus usou Norrin ou foi o contrário? Ah, e vejam o último quadrinho que diz: "...até que o próprio tempo perdeu seu significado!" Levem em conta que a noção de tempo se perde no espaço (quem estuda física quântica sabe um pouco disso), mas certas coisas (como estes cálculos) devem ser desconsideradas em benefício da imaginação.]


     Essa série clássica do Surfista Prateado teve 18 edições, foi publicada até 1970. No Brasil, foram publicadas pela Editora Abril fora de ordem, com páginas e falas cortadas na revista Heróis da TV e Capitão América, em números esporádicos. Melhor do que nada, eu digo. Graças à editora Mythos, consegui completar as 18 histórias (em preto e branco nas Edições Históricas do personagem, que me custaram R$ 19,90 e 29,90, respectivamente).





    A Panini, posteriormente, lançou a Biblioteca Histórica Marvel: Surfista Prateado, com as seis primeiras histórias (as melhores), com capa dura e papel especial – foi meu sonho realizado.

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