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9 de out. de 2021

O Mundo de Aisha

O Mundo de Aisha (A Revolução silenciosa das mulheres no Iêmen) 2015 - O Mundo de Aisha conta a história de várias mulheres que são violentadas desde crianças quando são obrigadas a casar, que precisam usar o niqab para andar na rua e obter algum respeito, que enfrentam vários preconceitos por trabalhar fora e sustentar os filhos. Mais que  denunciar a vida hostil que elas levam, sendo tratadas muitas vezes como escravas e violentadas pelo próprio marido, a graphic novel é um grito de resistência das iemenitas que corajosamente relataram suas lutas diárias por direitos iguais e por liberdade. O relato de Aisha - que nomeia e encerra a narrativa – uma jovem que mesmo sofrendo pressão por parte do irmão para que case e pare de estudar, demonstra que sua prioridade é prosseguir com os estudos, deixa uma pontinha de esperança em meio a tanto sofrimento retratado. Através das fotografias e entrevistas de Agnes Montanari, Ugo Bertotti criou uma história em quadrinhos mostrando a triste realidade de diversas mulheres iemenitas, como Sabiha, que levou um tiro do marido porque queria fugir da violência e ficou aos cuidados da mãe, mas com poucas chances de sobreviver, ou Hameda, que aprendeu a cozinhar e abriu um negócio próprio enquanto era insultada pela rua. Cuidando de vários filhos e com um marido que não colaborava em nada, virou referência em seu país, sendo reconhecida por turistas e pelo presidente. Fatin pediu o divórcio após ser espancada, mas família abandonou e ao não poder pagar um táxi, foi presa e perdeu o pouco que tinha. Não pode mais conviver com os filhos também. Aisha e algumas outras mulheres tem um pouco mais de sorte, podendo estudar e trabalhar, desde que respeitem a cultura de usar o niqab e cobrir seu rosto. Num país onde existem mais armas do que habitantes e a figura masculina é autoridade familiar máxima, podendo quando quiser abandonar esposa e filhos à sorte nas ruas, pois é seu direito, a realidade é cruel para as mulheres. A leitura deste material traz diversas reflexões sobre as tradições e cultura do país e a nossa, falando por exemplo da "liberdade" da mulher ocidental, que sem se dar conta, vive presa  a padrões de beleza e da moda. Edição que deveria estar nas escolas. - Lido e resenhado por Cássius Rodrigues e Mariane Vargas.
























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