Pesquisando uns anos atrás sobre este personagem de terceira linha da Marvel para escrever algo no blog, achei um texto interessante no blog liberland.blogspot.com, onde o autor falava de momentos de sua infância e seu hábito de ler gibis. Ele conta que tendo 9 anos leu a revista Superaventuras Marvel 17 e lá havia uma história onde o Homem-Coisa punia um canalha por ter tentado matar o bebê de sua namorada (aparentemente muito pobre e que estava desesperada pelo sumiço da criança) jogando-o de uma ponte, e que apesar de tudo ela defendeu o cara, e esse conto ilustrava de certa maneira para esse infantil leitor fatos inegáveis da vida:
“Olhando hoje eu vejo um monte de coisas nessa historinha. O desespero do sujeito diante da pobreza e das crises dentro da família, a situação miserável de pessoas jovens demais e sem preparo diante das responsabilidades adultas, o afeto inocente da menina.
Jogar uma criança num rio pra ela morrer não é só coisa de gibi. Toda
vez que vejo uma matéria assim no jornal eu me lembro dessa história.
Toda vez que vejo uma pessoa insistir num relacionamento e defender o
que parece ser indefensável eu lembro daquela menina abraçando o sujeito
do rosto queimado.”
Quem
quiser confira direto na fonte supracitada que vale a pena, as páginas
do gibi estão postadas lá. O personagem é verde, mas na época publicaram
com a cor marrom!

Achei
que esse exemplo de como uma historinha despretensiosa pode nos trazer
lições que ficam gravadas na memória seria ótimo para falar desse
personagem praticamente desconhecido do público. O Homem-Coisa da Marvel
é tido como imitação do Monstro do Pântano da DC, que fez muito mais
sucesso, mas pelo que me consta, ele estreou seu gibi um mês antes, o
que também não quer dizer nada, pois as editoras imitam mesmo, às vezes
se antecipando aos concorrentes.
O Homem-Coisa era Ted Sallis, cientista que testou em si mesmo uma
fórmula para criar super-soldados, mas fugindo de espiões, cai num
pântano, cujas águas reagem com a substância química e as energias
místicas do lugar onde se encontra o "nexo das realidades". Ele se
transforma num monstro de textura herbácea, instintivo, sem consciência,
mas que reage sendo atraído pelas emoções humanas, que o incomodam e o
fazem agir para acabar com a sensação.
"E aquele que tem medo queima ao
toque do Homem-Coisa." - frase clássica nas histórias do personagem.
Eu sinceramente nunca li nada dele que me chamasse a atenção, apenas
tenho por acaso histórias dele em alguns gibis, junto com X-Men e
Motoqueiro Fantasma. Mas o personagem até que tem potencial, só falta
mesmo uma boa história. Mesmo assim gosto dele.

Em histórias recentes o personagem integrou o grupo Thunderbolts, pois como tem acesso ao nexo da realidade, é usado como teletransportador.
Existe também um filme do personagem: O Homem-Coisa – A Natureza do Medo, lançado pela Marvel em 2006. Ruim, mas assistível como trash, hehe pelo menos tem um seio.
Eu tenho o dvd, mas com uma capa fuleira e não essa. |
O que atrapalha mesmo não é o baixo orçamento nem a criatura meio tosca, e sim o roteiro que tenta assustar sem mostrar quase nada e a confusão que fizeram com os personagens, fica difícil entender quem era Ted Sallis no filme, tem que subentender a origem e o final, nada é claro no filme. Quem conhece os quadrinhos até vê um sentido meio distante, pois tenta-se conectar o que se sabe previamente. Pro público geral, fica tudo no ar...
MAN-THING RULES!
*Esta postagem de hoje já havia sido publicada em meu outro blog em 2008.
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