COMO CONHECI O SURFISTA PRATEADO
1988 –
Era hábito eu com minha mãe irmos até a banca 007 comprar gibis (Turma da
Mônica, Disney, Alegria, Menino Maluquinho,...). Mas nesta ocasião especial,
fomos eu e meu irmão mais velho, Jaison, e combinamos de cada um comprar uma
revista pro outro. Saímos da banca folheando a revista que tinha comprado,
antes de entregá-la. A que eu tinha nas mãos parecia chata e não tinha muitas
cores. Peguei logo a minha do Cascão.
1991-
Revirando caixas com revistas velhas, encontro, com o canto das páginas roído
por baratas, ratos ou sei-lá-o-quê, aquela revista de capa azul, amarela e
cinza, com um lunático voando numa prancha, careca e de cor branca, numa cena
de ação titânica, como se viesse sem perder tempo em resposta às preces da
multidão que apontava da janela dos prédios para o céu.
Faltavam
algumas folhas daquele gibi, que começava na página 15. Gostei do discurso
existencialista daquele herói solitário, incompreendido, exilado num mundo
estranho, com saudades de sua amada, e ela, mesmo contra todas as expectativas,
mantinha seu amor vivo, olhando para o céu à espera daquela figura elegante e
melancólica.
O texto
de Stan Lee era (é) fantástico! O Surfista era a criatura com a alma mais pura,
um semideus vindo do céu que preferia sofrer a usar seu poder contra alguém,
não importava o sacrifício (não é à toa que já se referiram a ele como “Cristo
numa prancha de surfe”). Palavras elaboradas e românticas falando sobre paz,
ecologia, e dos primitivos seres
humanos, para quem a compaixão denota fraqueza, e a violência, força. Tudo
que um adolescente introspectivo queria da vida.
A série
Marvel Especial republicava histórias antigas, e naquela bendita edição nº 5,
conheci este personagem, tudo graças a meu irmão.
Fiquei
curioso sobre alguns personagens que eram mencionados, como Galactus. Então
chega às bancas algum tempo depois Grandes Heróis Marvel 33, com a volta do herói cósmico,
trazendo mais referências a histórias e revistas antigas, que fui anotando para
um dia procurá-las. Descobri nesta edição que em breve seria lançada outra
revista com o personagem. Infelizmente a Graphic Marvel 9 era muito cara e não
pude adquirir na época.
Meses
depois as histórias do Surfista Prateado começam a ser publicadas
esporadicamente em Superaventuras Marvel. Aí já fiquei fã de Demolidor, Thor,
Quarteto, Justiceiro e outros.
Em 1998
fui fazer vestibular, e recorrendo as bancas de usados na cidade de Rio Grande, consegui a maioria das
edições onde o Surfista aparece. Comprei também uma cópia daquela Marvel
Especial 5 mais nova, ela têm um texto de apresentação que usei na faculdade,
num dos meus trabalhos sobre o
Surfista. Mas algumas revistas são muito raras, da década de 60 e 70. Somente
há alguns anos completei a série original nas Edições Históricas lançadas pela
Mythos Editora. Mas até
hoje faço uma busca em sebos de vez em quando procurando aparições deste careca
reluzente do espaço.
Ah, vejam algumas relações e conjecturas que fiz certa vez, e que
comprova que tudo no universo está conectado: Em Algum Lugar do Futuro, história do Surfista Prateado,
remete ao nome do filme Em Algum Lugar
do Passado (cujo nome original é Somewhere
In Time) com Christopher Reeve, que fez o papel de SUPER-HOMEM no
cinema. Acontece que Somewhere In Time é o nome de um dos
discos do Iron Maiden, cujo vocalista é Bruce Dickinson, que num disco solo
gravou uma música mencionando o Surfista Prateado, que se encontrou com
o SUPER-HOMEM num crossover das editoras Marvel e DC.
Tô dizendo, aí tem coisa...
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